Crises e Abraços

Ouço o que eles dizem, mas eles dizem pouco, muito pouco... "A crise é a sementeira da mudança! A crise nos faz cavar novas oportunidades, trilhar novos caminhos, voar outros ares com novas asas! A certeza da vida é que ela muda..." Se atentarmos para essas palavras, perceberemos que a fala e a audição é muito mais fácil do que o processo de traçar novas rotas, confeccionar novas asas e, principalmente, voar novos céus com ventos mais fortes.
Na dureza da vida nos entristecemos, nos irritamos, destruímos o pouco que resta de porto seguro, de alicerce firme, de espaços de constância e apoio. E aqui mora uma contradição:
Para altos ou baixos vôos, é preciso de firmeza emocional, apoio da família, de amigos! Digo que "sem a constância de abraços, não há mudança de espaços!" Precisamos achar o lar que nossa alma se sente em paz e voltarmos para lá! 
O nosso lar interior deve estar preparado, a mente deve estar em equilíbrio, o corpo sadio, o espírito em paz! Quando o coração acelera e pede pressa, o corpo clama por ação e o espírito desconfia e se revolta, isso não é doença, desequilíbrio. Antes, é o nosso ser que não aceita o não-ser, que quer se refazer, se atualizar enquanto ser no mundo. Também, quando os laços familiares, as amizades, demonstrações de apreço, de amor e acolhida são significativos, isso nos reinventa a partir de dentro e nos reinstala no mundo da Vida.
Por fim, para trazermos a esperança de volta, transpormos obstáculos internos e externos a nós, o espírito precisa estar pronto, o azedume da alma precisa ser tirado, o desejo de vida e de novo fôlego, atendidos. Dentro da nossa alma é preciso a leveza e a docilidade de Alguém que nos conhece, mais do que nós mesmos. Deus!

Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta".Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? João 14:8,9


A crise, a tragédia ou a frustração pode ser o deserto da alma e também da sua ressignifição a partir de Cristo. Você não precisa do "empoderamento" da religião, mas precisa de novo nascimento enquanto pessoalidade única. E, mesmo sendo discurso bíblico, o convite é existencial, cristamente ontológico:

Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo. Jo. 3:7 
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. Jo. 1:12,13

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