Achamos Água! - parte 4


Isaque não era um homem belicoso, antes era pacífico, cordato e por vezes "levou o prejuízo para casa" e apenas retirou-se para outras paragens para não aumentar a discórdia e o ódio.

A sua colheita (v.12) despertou a inveja (v.14) dos "amigos de seu pai" e estes não se controlaram. Entulharam todos os seus poços (v.15) e "amistosamente" o expulsaram de suas terras (v.16). Isaque vai morar no vale, lugar menos fértil, mais árido e acidentado (v.17). Abraão havia deixado mapeado para Isaque os lugares dos poços no vale de Gerar (v.18), mas os filisteus conheciam os lugares e, de antemão, os entulharam. Isaque torna-se o desentulhador de poços, o caçador de águas, o cavador de poços.

E ele acha água em um dos poços que seu povo cava, contudo, os filisteus disputam com ele a posse daquele poço e, novamente ele, para não iniciar uma guerra, desiste. Chama aquele poço de Eseque, "contenda" no hebraico.

Mas os pastores de Gerar discutiram com os pastores de Isaque, dizendo: "A água é nossa! " Por isso Isaque deu ao poço o nome de Eseque, porque discutiram por causa dele. Gn. 26.20

Aquelas pessoas contendem com ele e disputam violentamente a posse daquele poço.

Diligentemente, Isaque cava um outro poço e encontra água mais uma vez. Os filisteus, com um ímpeto maior ainda, contendem com ele por sua posse e impingem novo confisco de poço. Isaque nomeia o poço de Sitna, Acusação na língua hebraica. 


"Então os seus servos cavaram outro poço, mas eles também discutiram por causa dele; por isso o chamou Sitna." Gn. 26:21


Esse nome remete ao nome Satanás, o Acusador. Aqui Isaque percebe que não luta contra homens apenas, mas contra algo maior e mais maléfico que seres humanos.

Isaque, mais uma vez, sacode a poeira, muda a área de busca e cava um novo poço. Encontra água e por este poço os filisteus não disputam. 

"Isaque mudou-se dali e cavou outro poço, e ninguém discutiu por causa dele. Deu-lhe o nome de Reobote, dizendo: "Agora o Senhor nos abriu espaço e prosperaremos na terra" Gn. 26.22

Era, provavelmente, um poço com pouca água e, talvez, os filisteus pensassem que as àguas deste poço se esgotariam rápido ou, desistiram de perseguir Isaque ao ver que ele sempre achava água. Isaque comemora o feito e enxerga um novo tempo chegando para ele e todos os seus. Chama o poço de Reobote, "Largueza" na língua original. Entende ele que Deus estava dando-lhe paz, espaço e recursos para empreender uma busca ainda mais profícua. Reobote era o lugar aonde Isaque poderia ficar longe da perseguição e da inveja dos seus "amigos". 

Em tempos de crises, de sequidão e vale a aridez se dá nos relacionamentos, na trama social e na escassez dos recursos. A inveja é ainda maior e, por conta disso, muitas pessoas se ajuntam para "entulhar os poços" daquele que prospera com seu trabalho e aproveita melhor as suas oportunidades. Até mesmo querem tomar o produto de investimentos e trabalho de outrem, bem como, de seus familiares.

Um outro ponto que o texto nos permite afirmar é que existe um perigo não ignorado inteiramente pelos cristãos , mas é fundamental lembrarmos: Satanás está vivo e ativo no planeta Terra! Ele impulsiona o pior nas pessoas, quer destruir o ser humano.

"pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais." Ef.6.12

O Deus que nos chama para peregrinar é o mesmo Deus que protege nossa família, casamento, investimentos, trabalho; até mesmo os animais que habitam conosco (Dt.28.1-12).

Metaforicamente, em algum momento na vida, desentulhar os poços, procurar água é tudo a fazer, cavar poços é o que dá para fazer. E, mesmo nessa fase da vida, Deus está dá a Sua bênção aonde a planta do nosso pé pisar! Deus abençoa a fidelidade, o trabalho duro e diligente. Isso não é teologia da prosperidade, mas uma teologia da sobrevivência! 

"restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome." Sl. 23.3

Haverá um lugar de largueza e descanso para você também. Haverá um lugar aonde os seus "amigos" não disputarão. Tempo de paz para continuar, água suficiente para a próxima etapa.

"Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice." Salmos 23:4,5

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